Navegação na internet e problemas de sono aumentam , segundo recentes pesquisas

Internet x Sono 

Capacidade de concentração, memória e aprendizagem estão sendo  comprometidas pela utilização de aparelhos eletrônicos e principalmente navegação na internet .  

A pesquisa, realizada com mais de 700 estudantes com idade entre 17 e 25 anos, avaliou a relação entre a qualidade do sono e tempo gasto com computadores e televisores.

Os resultados demonstraram que dentre os universitários com hábito de navegar na internet antes de dormir, cerca de 75% apresentaram alterações no padrão do sono. Dados que não se repetiram entre os telespectadores noturnos de TV.

De acordo com o estudo, os horários que vão das 19h às 21h e das 19h às 24h são os que mais riscos oferecem para que o chamado sono ruim.

Evidências científicas apontam para o fato de que o hábito de assistir à TV ou navegar na internet durante a noite prejudica o padrão do sono devido à luz que esses aparelhos projetam sobre a visão.

E o grande vilão, nesse caso, é o monitor de computador, cuja fonte luminosa é direcionada diretamente nas proximidades da retina, que devido a esse estímulo passa a transmitir sinais elétricos ao hipotálamo, alterando seu mecanismo de ação.

Além de controlar as glândulas do corpo, o hipotálamo contém um pequeno núcleo que abriga o relógio biológico, que é essencial para a regulação dos estados de vigília, dos ciclos de sono e dos batimentos cardíacos. Uma vez alterado, todas as atividades que dependem de seu comando ficam alteradas.

Conforme varia a força e do tempo em que a luz emita pelos aparelhos eletrônicos é projetada sobre a retina, também pode ocorrer a interrupção da liberação normal de melatonina (neuro-hormônio produzido pela glândula pineal, que controla o sono).

O modo como os computadores são utilizados também representa um importante diferencial da forma como esses dispositivos afetam a qualidade do sono . Ao assistir à TV, por exemplo, os telespectadores tendem a se sentar ou deitar em uma posição confortável, a uma distância de três metros da tela, mudando de canal com um controle remoto.

Diante do monitor de um computador, por outro lado, os internautas permanecem entre cinquenta e setenta centímetros de distância da tela e interagem de forma mais ativa com o aparelho, envolvendo ambas as faculdades físicas e mentais.

fonte : Arquivos Neuro-Psiquiatria (vol.68 nº.5